O programa Mulheres Mil, que visa garantir capacitação profissional a mil mulheres do Norte e Nordeste até 2010, deve ser estendido para outros estados do país, além dos 13 onde já está implantado. A Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica (Setec) do Ministério da Educação e a Associação Comunitária dos Colleges Canadenses, instituição do governo do Canadá que participa da execução do programa, estão discutindo o assunto.
Em 2008, a iniciativa promoveu a inclusão de cerca de 300 mulheres em cursos de formação geral e cidadã e de qualificação profissional nas áreas de artesanato, alimentos, turismo, pesca, confecções, entre outros. Aprender regra de três, fazer estágios em hotéis, desvendar o mundo das letras e da informática, planejar uma cooperativa e descobrir que podem sonhar e materializar esses sonhos são algumas conquistas comemoradas pelas alunas que participaram deste primeiro ano do projeto.“O Mulheres Mil está oferecendo oportunidade de acesso à educação profissional para trabalhadoras do Norte e do Nordeste, regiões que historicamente sofrem diversos tipos de exclusão”, observa Eliezer Pacheco, secretário de educação profissional do MEC. “Estamos satisfeitos com os resultados e queremos ampliá-lo.”
Desafios — Um dos desafios, segundo Sergio França, membro da gerência nacional do Mulheres Mil, é formar um rede de parceiros que viabilizem o acesso e a permanência das alunas em todas as etapas do programa: auto-avaliação, identificação de objetivos acadêmicos e de emprego e renda, formação profissional e tecnológica, preparação para o mundo de trabalho, estruturação e gestão dos empreendimentos solidários.
De acordo com os diagnósticos feitos pelos centros federais de Educação Profissional e Tecnológica (Cefets), que estão executando os projetos nos estados, a maior parte das beneficiadas é dona de casa, chefe de família, vive em condições de moradia precária, tem baixa escolaridade e renda mensal que sequer chega a um salário mínimo.
“Pelas condições socioeconômicas das mulheres, é imprescindível o esforço integrado dos diversos parceiros para que o conjunto de objetivos possa ser atingido plenamente e assim possibilitar a autonomia e a dignidade para essa população historicamente desfavorecida”, afirma França.
Uma das metas do Mulheres Mil é organizar unidades de produção e comercialização solidária para que as alunas possam produzir mercadorias e comercializá-las. Para inseri-las no mundo do trabalho, a participação do setor produtivo, segundo França, é um dos pontos estruturais do projeto. “Como acontece nos colleges canadenses, as empresas e entidades podem contribuir de várias formas, tanto na oferta de estágios, no financiamento de etapas do projeto ou na aquisição dos produtos e serviços gerados nas cooperativas e empreendimentos”, explica.
França observa ainda que uma das carências levantada pelo setor produtivo no Brasil é a escassez de mão de obra qualificada. “De um lado, os Cefets têm expertise na oferta de educação profissional de qualidade; do outro, há um percentual significativo da população que necessita de trabalho e renda para melhorar sua qualidade de vida”, afirma. Ele destaca que “a educação é o grande e sustentável investimento para o desenvolvimento igualitário e justo das pessoas, das comunidades e do país”.
Assessoria de Imprensa da Setec
Conheça o site do Mulheres Mil
Fonte:Site do MEC