ONU enfatiza: não há muito tempo para frear o aquecimento
Se os governos de todo o mundo não se unirem imediatamente para “frear” o aquecimento global, não haverá mais nada a se fazer, pois será tarde demais. A conclusão do 5.º Relatório do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas, conhecido pela sigla em inglês IPCC, serve de alerta. Divulgado neste domingo, 2 de novembro, na Dinamarca, o estudo será a base de discussões para a formulação de um acordo internacional, a ser firmado em 2015.
IPCC é um dos relatórios de maior confiabilidade e importância sobre o clima do planeta. Por isso, os governos ficam atentos ao que ele aponta. Esta foi a edição mais detalhada, segundo a ONU e os resultados dela são alertas que não podem ser ignorados. O relatório diz: “se as taxas de emissão de gases de efeito estufa continuarem aumentando, os meios de adaptação não serão suficientes”.
Os pesquisadores responsáveis pelo IPCC declararam que nenhum lugar do mundo ficará ileso das mudanças climáticas e que, sem união de todos, não há como reverter a situação atual. O grupo que elaborou o IPCC é formado por mais de 800 cientistas de 80 países – os mais renomados do mundo. Segundo eles, a emissão de gases de efeito estufa, responsável pelo aquecimento global, tem aumentado desde a era pré-industrial, como consequência do crescimento econômico e da população.
Atual situação
Nas últimas três décadas foram registrados sucessivos aquecimentos na superfície da Terra. O período entre 1983 e 2012 foi o mais quente dos últimos 800 anos no Hemisfério Norte. O aquecimento médio global combinado da Terra e dos oceanos no período de 1880 a 2012 foi 0,85 grau Celsius. Entre 2000 e 2010, a produção de energia por meio da queima de combustíveis fósseis foi responsável por 47% da emissão globais de gases de efeito estufa. A indústria respondeu por 30%, o transporte por 11% e as construções por 3%.
O derretimento das geleiras, em especial na Groelândia e na Antártida, geraram o aumento do nível do mar em 19 centímetros de 1991 a 2010. A acidificação dos oceanos está em 26% por causa da apreensão de gás carbônico da atmosfera, o que pode ter impacto grave sobre os ecossistemas marítimos. Esses são alguns exemplos das consequência do aquecimento global citados no relatório.
Esses impactos serão severos e irreversíveis para a humanidade e para os ecossistemas, destacam os cientistas. “Meios de vida serão interrompidos por tempestades, por inundações decorrentes do aumento do nível do mar e por períodos de seca e extremo calor. Há risco de insegurança alimentar, de falta de água, de perda de produção agrícola e de meios de renda, particularmente em populações mais pobres. Há também risco de perda da biodiversidade dos ecossistemas”, enfatiza o IPCC.
Fonte: CNM