Mais de 15 sítios arqueológicos são descobertos em Sergipe
A beleza do Estado de Sergipe vai além de suas praias. Entre os meses de junho e setembro deste ano, foram descobertos 17 sítios arqueológicos na Reserva Biológica (Rebio) de Santa Isabel. O achado aconteceu durante o processo de pavimentação da SE-100 – rodovia estadual que liga a Barra dos Coqueiros até Pirambu. A partir disso, foi feita a identificação do patrimônio arqueológico nas áreas de influência do empreendimento.
A maior parte dos sítios arqueológicos são indígenas e possivelmente datam de antes da chegada dos europeus no território que viria a ser o Brasil, em 1500. Isso quer dizer que essas regiões podem ter até 12 mil anos, mas ainda vamos fazer a datação do carbono para saber a idade exata de todas essas regiões, explica o chefe da Unidade de Conservação, Paulo Faiad.
Foram encontrados no local indícios de grupos indígenas, quilombolas e produtos de origem europeia do século XIX. A coleção arqueológica abriga artefatos cerâmicos, ferramentas, fragmentos de cachimbo e de faiança fina, uma espécie de cerâmica utilizada em objetos de louça, como pratos e copos.
Isso indica a presença dos grupos por todo o litoral norte de Sergipe na Idade Média. Acredita-se que eles compartilhavam as mesmas estratégias de exploração do meio ambiente na área e que moravam no alto das dunas da Rebio de Santa Isabel.
Os sítios localizados nos limites da Reserva foram denominados: Sítios 3 dunas, Lagoa Seca, Esporão, Palmeira, Cabrito, Vale das Dunas, Cardoso, Dicuri, Ferroso, Sapucaia, Duna Branca, Pé de Duna, Areia Preta, Tigre, Catenga, Curral de Baixo e Maria Farinha. Os pesquisadores utilizaram referências físicas ou indicação de comunitários do entorno para escolher os nomes.
Valorização
Para Faiad, os sítios arqueológicos aumentam ainda mais a importância de conservação da área, que agora além da proteção ambiental também possui relevância histórica. Com artefatos arqueológicos diversos e técnicas de confecção especializadas, o patrimônio arqueológico localizado na área da Reserva aponta para um grande potencial de pesquisas futuras, podendo levantar considerações sobre o processo de colonização em Sergipe e o papel dos grupos excluídos socialmente nessa formação, comemorou.
Da Agência CNM, com informações do Portal Brasil