Ganharam força os rumores de que o governo optou por oficializar o aumento da mistura de etanol anidro na gasolina apenas em abril, dois meses após definir a elevação do percentual de 25% para 27%. Fontes do setor sucroenergético relataram que não está clara a razão da demora. Nos bastidores, chegou a se falar em pressão da indústria automobilística para que o reajuste ocorresse somente após a conclusão de todos os testes, em meados de março. O presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Luiz Moan, negou que a entidade tenha feito qualquer tipo de contato com o governo para postergar a medida. A única solicitação admitida pelo dirigente foi para que veículos movidos apenas a gasolina sejam abastecidos com o tipo premium, que permanecerá com 25% de anidro num primeiro momento. Em um encontro no início deste mês dos setores automobilístico com o ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, foi solicitado que os 27% fossem aplicados em até 15 dias, mas até a semana passada nada foi definido. Teme-se que essa demora estimule os produtores a transformar etanol anidro em hidratado, que tem comercialização mais rápida. Caso isso ocorra, a oferta de anidro disponível neste momento para o aumento da mistura poderia ficar comprometida. Fonte: Agência CNM.