Com o objetivo de prevenir anemia e controlar carências nutricionais na infância, o Ministério da Saúde lançou nesta segunda-feira (2) o NutriSUS, estratégia que distribuirá 187 mil sachês de vitaminas e minerais para fortificar a alimentação ofertada em 81 creches no Estado de Sergipe. A iniciativa irá beneficiar mais de 3 mil crianças de 35 municípios do estado. Para participar da ação, o munícipio deve ter aderido ao Programa Saúde na Escola (PSE). As creches que recebem a fortificação são escolhidas pelo gestor local. O Ministério da Saúde investiu R$ 7,5 milhões na ação, que atenderá mais de 330 mil crianças de 6.864 creches em 1.717 municípios por todo o país. Para 2015 está previsto um investimento de R$ 12,5 milhões para a compra de 40 milhões de sachês. A iniciativa é realizada em parceria com o Ministério do Desenvolvimento Social (MDS).
A definição das creches que receberão a suplementação alimentar nessa primeira fase do programa levou em consideração àquelas com mais de 95% das crianças com idade entre 6 e 48 meses, municípios da região Norte e Nordeste e creches dos municípios do Sul, Sudeste e Centro-Oeste com mais de 110 crianças na faixa prioritária. O Nordeste será a região com o maior número de creches participantes, contabilizando 4.393 unidades. Em seguida vem a região Sudeste - com 1.233, a região Sul, com 599 unidades, e a região Norte com 353. A região Centro-Oeste terá 286 creches participando da iniciativa.
No Brasil, estima-se que uma em cada cinco crianças menores de cinco anos apresentem anemia, sendo mais frequente em menores de dois anos. A expectativa é que a suplementação alimentar reduza este índice. De acordo com o Estudo Nacional de Fortificação da Alimentação Complementar (ENFAC), realizado pelo Ministério em parceria com a USP, a suplementação reduz em 38% os casos de anemia e em 20% a deficiência de ferro após o uso do sachê em pó. A participação no programa é voluntária e depende do interesse do gestor municipal em aderir à iniciativa.
“Para garantir o pleno desenvolvimento na infância é fundamental fazer uma complementação com micronutrientes que permita o enfrentamento não só da mortalidade, mas também das infecções, desnutrição e obesidade. Por isso, é um grande desafio garantir uma alimentação saudável e fortificada para as nossas crianças. Desta forma contribuímos para termos crianças mais saudáveis”, avaliou o ministro da Saúde, Arthur Chioro.
A estratégia já funciona como projeto piloto em 470 creches de 151 municípios e beneficia mais de 29 mil crianças. A falta de micronutrientes nos primeiros anos de vida pode prejudicar o desenvolvimento, causar doenças infecciosas e respiratórias, levar à desnutrição e ate à morte, sobretudo nas populações com menor renda, que tem menos acesso à alimentação balanceada. Uma alimentação equilibrada é um dos fatores para garantir o crescimento e desenvolvimento saudável.
O sachê que será entregue para as creches é composto de 15 micronutrientes e é facilmente administrado, devendo ser adicionado uma vez ao dia em uma das refeições oferecidas à criança. O suplemento não altera o sabor do alimento, o que evita rejeição, é de fácil absorção pelo organismo e não causa irritação gástrica. O consumo do sachê deve ser feito durante 60 dias e ter uma pausa por quatro meses. O ciclo deverá se repetir até a criança completar três anos e onze meses.
“Não estamos substituindo a merenda escolar de maneira alguma. A fortificação não altera o sabor da comida servida na creche, ela apenas complementa a alimentação diária, desta forma as crianças estão ingerindo os micronutrientes de forma saudável”, esclareceu o ministro.
A estratégia está de acordo com a orientação da Organização Mundial da Saúde (OMS) que recomenda a fortificação com múltiplos micronutrientes para aumentar a ingestão de vitaminas e minerais em crianças. Aproximadamente 50 países usam essa estratégia ou estão em fase de implantação. A ação integra o Brasil Carinhoso, que compõe o Plano Brasil Sem Miséria do governo federal. Para mais informações, acesse o link do Ministério da Saúde. Fonte: MS.