Morte entre jovens: racismo e violência da polícia
Morte entre jovens: racismo e violência da polícia
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O racismo, a militarização da polícia e a falta de políticas sociais foram apontados como os principais responsáveis pelo aumento das mortes de jovens por homicídio no Brasil. A conclusão é de representantes de entidades da sociedade civil ligadas ao tema que participaram de audiência pública, nesta segunda-feira (25), promovida pela CPI criada para investigar o problema.
Para a advogada Natália Damazio Pinto Ferreira, representante da Justiça Global, a situação piorou a partir da década de 90 com a política de guerra às drogas e o aumento do militarismo na segurança pública que passa a incidir diretamente nas favelas.
Natália criticou e recomendou o fim do auto de resistência que permite a justificação de lesões e mortes decorrentes das ações policiais. Na sua avaliação, o dispositivo garante a violência aos direitos humanos sem que isso seja considerado violação grave, além da remoção de cadáveres sem perícia, do impedimento e ausência de socorro das vítimas, da ausência de investigação ou de perícia autônoma. Tudo isso somado à culpabilização da vítima, e à contribuição do Ministério Público e do Judiciário pelo arquivamento desses processos no prazo de até dois anos, sem punição dos agentes responsáveis.
A advogada citou casos emblemáticos de jovens e crianças negros assassinados pela polícia em mega operações nas favelas do Rio de Janeiro, caso do menino Gilson, de 12 anos, no Morro do Dendê; e também onde há a presença das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) com registro de 50 pessoas executadas.
– Seria importante levar em conta a participação direta do Estado na morte de jovens no país. A redução dos homicídios não pode ser concretizada sem que se discuta o fim do racismo, a desmilitarização da polícia e de um reforço das instituições de direitos humanos – defendeu. Para mais informações, acesse o link do Senado. Fonte: Agência Senado.