Saúde: Sergipe sediou encontro sobre transplantes

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Uma extensa programação de palestras e debates marcou o 4º Encontro Alagoas, Bahia e Sergipe sobre Transplantes. O objetivo do evento promovido pela Secretaria de Estado da Saúde (SES), que reuniu gestores e técnicos dos três Estados, foi discutir estratégias para incentivar os transplantes e debater temas relacionados ao assunto. Na programação do evento, que contou com a presença do coordenador Nacional de Transplantes do Ministério da Saúde (MS), Heder Borba, foram abordados temas sobre faturamento, entrevista familiar, o diagnóstico de morte encefálica e os aspectos éticos, estratégias para melhorar a doação de órgãos, além de apresentação de trabalhos científicos sobre doação, entre outros. “Esse encontro, que também incluiu outros Estados a exemplo do Ceará e Piauí, é uma troca de experiência e cooperação técnica entre eles para melhoria dos transplantes. Estamos promovendo uma capacitação técnica em entrevista familiar e faturamento. A entrevista familiar vai fazer com que diminua a negativa das famílias em autorizar a doação dos órgãos e o faturamento vai melhorar a vinda de recursos do Ministério da Saúde para as ações de doação”, disse Benito Fernandez, coordenador da Central de Transplantes de Sergipe. Para o diretor de Gestão de Sistema da SES, Hélio Farias, o evento também tem o objetivo de divulgação a respeito dos transplantes. “Estamos querendo fazer mais parcerias e sensibilizar o setor privado para o retorno dos transplantes de rim e coração em Sergipe. A realização de transplantes é viável, pois o Ministério da Saúde remunera muito bem os procedimentos”, disse o diretor. Segundo Heder Borba, a iniciativa de reunir diversos Estados para discutir os transplantes é positiva. “Esse evento já está se tornando um calendário sobre transplantes no Nordeste. É uma maneira das pessoas mostrarem o que estão fazendo e estimular a doação entre si. No país existem outras iniciativas como essa, inclusive o Ministério promove as oficinas regionais, e são discutidos os mais variados problemas sobre doação peculiares a cada uma das regiões”, disse o técnico do MS. Outro tema de fundamental importância foi o diagnóstico de morte encefálica e os aspectos éticos. A palestra sobre o tema foi ministrada pelo médico neurologista do Hospital das Clínicas da Unicamp e conselheiro do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp), Luiz Antônio Sardinha. “Não existe doador sem o diagnóstico de morte encefálica e há uma dificuldade das famílias em entender que existe esse modelo de morte em que o coração bate,o paciente respira e tem pressão sanguínea através de aparelhos e medicações que são feitas. A dificuldade que temos é a sociedade e o profissional de saúde entenderem que o diagnóstico de morte encefálica a partir de uma lesão cerebral existe e é compatível com a doação e não com a vida”, explicou Luiz Antônio Sardinha. Fonte: ASN.