CPI da Petrobras ouve delegados da PF nesta quarta
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras se reúne às 14 horas para ouvir os dois executivos asiáticos que estão à frente de empresas mencionadas como fontes de pagamento de propina na Petrobras, a Samsung e a Mitsui, além de delegados e um agente da Polícia Federal. A audiência será realizada no plenário 1.
Os presidentes das duas empresas (J. W. Kim, da Samsung Heavy Industry Ltda., e Shinji Tsuchiya, da Mitsui & Co.) não são acusados de irregularidades. Mas tanto a Samsung quanto a Mitsui foram envolvidas em suspeita de pagamento de propina pelo ex-representante das duas no Brasil, Júlio Camargo.
As empresas alugavam navios-plataforma para a Petrobras. Segundo Júlio Camargo, houve pagamento de propina em troca dos contratos. Ele acusou o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, de ser beneficiário do pagamento. Cunha nega e diz que Camargo foi pressionado a fazer a acusação pelo Ministério Público.
Além dos dois executivos, a CPI vai ouvir nesta quarta três delegados e um agente da Polícia Federal encarregados das investigações da Operação Lava Jato.
O agente Sérgio Ramalho Rezende e os delegados José Navas Júnior, Ricardo Hiroshi Ishida e Sérgio de Arruda Costa Macedo foram convocados a pedido do deputado Leo de Brito (PT-AC). O parlamentar quer saber como foram obtidos os dados das ligações telefônicas entre o doleiro Alberto Youssef e os ex-deputados Luiz Argôlo e André Vargas, presos em Curitiba.
Os dados foram enviados à Polícia Federal pela empresa RIM (Research in Motion), do Canadá, que fabrica os telefones celulares (BlackBerry) usados pelos três. Os celulares usavam mensagens criptografadas.
As defesas de André Vargas, Luiz Argôlo e da empreiteira OAS argumentam que os dados foram obtidos ilegalmente. Os advogados alegam que a Polícia Federal não respeitou acordo de colaboração internacional entre o Brasil e o Canadá ao procurar diretamente a fabricante do telefone e não o Ministério da Justiça canadense.
Além disso, a defesa de André Vargas pede a anulação das provas alegando que ele não poderia ter sido investigado sem autorização do Supremo Tribunal Federal, já que na época era deputado.
Fonte: Agência Câmara Notícias.