Foi realizada nesta terça-feira, 26, a oitiva da primeira testemunha que participa das audiências públicas da Comissão Estadual da Verdade. Realizada no auditório do Museu da Gente Sergipana, a audiência contou, em seu primeiro dia, com o depoimento de Milton Coelho, vítima de tortura durante a Ditadura Militar, e com a presença de expectadores da população.
Milton, que perdeu a visão durante a tortura infligida pelos militares participantes da Operação Cajueiro, contou relatos dos maus-tratos aos quais foi submetido. “Eu fui levado para as dependências laterais do 28º Batalhão de Caçadores aqui em Aracaju e fui estupidamente torturado. Tenho marcas no pulso, pois fui algemado, tomei choques elétricos, pontapés nas costelas, enfim, foi uma barbaridade inconfessável. Após 50 dias preso e depois de passar uma semana sendo torturado, perdi a visão imediatamente quando saí de lá”, pontuou.
Vítima das barbáries cometidas em 1976 durante a Operação, e carregando as marcas até hoje, Milton enfatizou a importância de dar luz a uma série de acontecimentos que nem sempre são tratados com o devido cuidado. “É necessário que a história seja conhecida. É preciso que sejam debatidos os fatos passados, que não puderam ser expostos e comentados, para que se criem condições democráticas e que, assim, não haja reversão no clima de democracia que estamos vivenciando hoje. É sabendo da história que se educa politicamente a população”, destacou.
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