SÃO PAULO - Após registrar alta nas três últimas sessões, a moeda americana opera em baixa nos negócios desta segunda-feira, em um dia de agenda fraca de indicadores. Com mínima de R$ 1,872 e máxima de R$ 1,890, há pouco, o dólar comercial declinava 0,63%, transacionado a R$ 1,877 na compra e a R$ 1,879 na venda. Na Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM & F), o dólar com vencimento em março recuava 0,10%, a R$ 1,8845.
Na sexta-feira passada, a divisa americana avançou 0,37%, a R$ 1,891. Influenciado pela trajetória verificada contra o euro, o dólar subiu 0,32% no Brasil na última semana - a quarta consecutiva de apreciação.
Como o mercado lá fora não tem uma continuidade do movimento de piora, aqui é normal termos uma correção em relação à alta de sexta-feira. O mercado opera de forma tranquila, sem indicadores relevantes, então a tendência é de correção , observa o trader de câmbio da Brascan, Marco Antonio Azevedo. O euro também opera em alta na comparação com o dólar, embora siga abaixo de US$ 1,37.
A valorização do dólar no cenário doméstico, onde já acumula apreciação de 8,5% no ano, refletiu pela segunda semana nas expectativas dos agentes financeiros. De acordo com o Boletim Focus, do Banco Central, o mercado elevou de R$ 1,76 para R$ 1,80 a previsão para o câmbio ao fim de 2010. Para 2011, entretanto, as instituições mantiveram a projeção em R$ 1,85.
Os agentes consultados pela autoridade monetária também repetiram a estimativa para a entrada de investimento estrangeiro direto em 2010, de US$ 38 bilhões, e em 2011, de US$ 40 bilhões.
Na conta corrente, o déficit projetado para este calendário é de US$ 48 bilhões, melhora em relação ao documento passado, que indicava um resultado negativo de US$ 49,3 bilhões. Para 2011, também foi constatada leve evolução da projeção para o déficit, de US$ 59,74 bilhões para US$ 58,99 bilhões.
Para o trader da Brascan, a elevação da previsão para o dólar neste ano é natural, tendo em vista o movimento observado no primeiro mês e os eventos programados para o período.
Com a piora no quadro de déficit em conta corrente e o cenário de eleição, que pode contar com uma disputa acirrada, é normal o mercado aumentar sua projeção, inclusive dada a alta já verificada. Este ano será de real mais desvalorizado em função desses riscos , comentou Azevedo.
Fonte: Valor online