Inmet analisa prejuízos causados pelo El Niño

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CNM
 
Municípios em todo país têm sofrido com as mudanças meteorológicas. De acordo com o diretor do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) Antônio Divino Moura, o El Niño – fenômeno que ocorre no Oceano Pacífico tropical – é um dos fatores que está provocando chuvas e enchentes no Sul e Sudeste do Brasil e seca e estiagem no Norte e Nordeste.
 
Divino explica que o El Niño tem impacto mais forte na América do Sul. “Cada El Niño traz um impacto diferente, mas em média eles criam maiores condições para aumento das chuvas na região Sul e Sudeste do Brasil”, completa.
 
Desde o ano de 2009, o fenômeno El Niño instalou-se e tende a persistir.  Maiores temperaturas da água do mar na superfície e até 100 m de profundidade foram observadas, prevendo-se que o fenômeno deve persistir por mais três meses aproximadamente.
 
Outro impacto importante que traz o El Niño é a diminuição de chuvas em outras regiões. Em reunião promovida em Fortaleza (CE) no mês de janeiro, com a Fundação Cearense de Meteorologia e outros organismos internacionais, foi debatida a qualidade das chuvas durante a chamada quadra chuvosa do Nordeste – de fevereiro até maio. “A previsão é que as chuvas devem ficar abaixo do normal”, ressalta Divino.
 
Porém, o diretor do Inmet ressaltou que não deverá haver problema com água para o consumo humano, porque o ano de 2009 foi excessivamente chuvoso no Nordeste. Com isso os açudes estão cheios, alguns chegaram a transbordar e outros romperam. Com essa água armazenada a região não terá problema de abastecimento.
 
Previsão

Tendo o El Niño como um “forçante climático” em escala planetária, o quadro apresentado pelo diretor Divino Moura é o seguinte: nas regiões Sul e Sudeste chuvas em excesso; nas regiões Norte e Nordeste diminuição das chuvas. “Obviamente, quando têm mais chuvas no Sul as frentes frias tendem a ficar mais tempo na região. Com isso não chegam com maior frequência no Centro-Oeste, causando ondas de calor pela ausência da massa fria, como temos observado.”
 
No caso do Nordeste – tendo em vista que o Oceano Atlântico, ao contrário do Pacífico, não está sendo favorável às chuvas – prevalece à previsão de chuvas de média a baixa intensidade na parte norte desta região.
 
A Confederação Nacional de Municípios (CNM) salienta que os gestores municipais devem entender os acontecimentos e participar de debates para que possam receber orientações que os auxiliem a agir em seus respectivos Municípios.
 
Fonte: CNM