Em janeiro, IBGE prevê safra 6,0% inferior à de 2017

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A primeira estimativa de 2018 para a safra nacional de cereais, leguminosas e oleaginosas totalizou 226,1 milhões de toneladas, resultado 6,0% inferior ao obtido em 2017 (240,6 milhões de toneladas), representando uma redução de 14,5 milhões de toneladas. Em relação ao 3º prognóstico da safra 2018, divulgado em janeiro (224,3 milhões de toneladas), a estimativa da produção aumentou 0,8%. Arroz, milho e soja, os três principais produtos deste grupo, somados, representaram 92,8% da estimativa da produção e respondem por 86,8% da área a ser colhida. Estimativa de Janeiro para 2018 226,1 milhões de toneladas Variação safra 2018 / safra 2017 -6,0% (-14,5 milhões de toneladas) Variação safra 2018 / 3º prognóstico 2018 +0,8% (+1,8 milhão de toneladas) Em relação ao ano anterior, houve acréscimo de 2,0% na área da soja e reduções de 7,1% na área do milho e de 3,3% na área de arroz. Quanto à produção, devem ocorrer decréscimos de 2,2% para a soja, 13,8% para o milho e 5,7% para o arroz. A publicação completa, a série histórica e a apresentação estão à direita dessa página. Informação técnica: A estimativa da safra agrícola de janeiro de 2018 traz uma lista atualizada de produtos pesquisados, passando de 36 para 27 itens. Foram excluídos os seguintes produtos: abacaxi, alho, cebola, coco, guaraná, maçã, malva, pimenta-do-reino e sisal/agave. As mudanças ocorreram em função da perda de relevância econômica de alguns desses produtos ao longo do tempo. Entre as Grandes Regiões, o volume da produção de cereais, leguminosas e oleaginosas apresentou a seguinte distribuição: Centro-Oeste (97,4 milhões de toneladas), Sul (79,7 milhões de toneladas), Sudeste (22,0 milhões de toneladas), Nordeste (18,7 milhões de toneladas) e Norte (8,4 milhões de toneladas). Em comparação à safra passada, houve incremento de 4,4% no Nordeste e decréscimos de 8,1% no Centro-Oeste, de 5,1% no Sul, de 7,9% no Sudeste e de 5,8% no Norte. Em relação à produção obtida em 2017, os destaques na estimativa de janeiro que obtiveram variação positiva foram: algodão herbáceo em caroço (12,9%), cacau em amêndoa (27,2%), café em grão - arábica (18,5%), café em grão - canephora (3,9%), feijão em grão 2ª safra (10,2%), trigo em grão (44,5%). Já os destaques com variação negativa foram: arroz em casca (5,7%), batata-inglesa 1ª safra (10,8%), batata-inglesa 2ª safra (3,8%), batata-inglesa 3ª safra (15,8%), cana-de-açúcar (2,4%), feijão em grão 3ª safra (5,5%), milho em grão 1ª safra (14,7%), milho em grão 2ª safra (13,4%) e soja em grão (2,2%). ALGODÃO HERBÁCEO (em caroço) – A primeira estimativa da produção de algodão foi de 4,3 milhões de toneladas, aumento de 12,9% em relação à produção de 2017. A área plantada e a área a ser colhida aumentaram 16,3%. O rendimento médio foi estimado em 4.011 kg/ha, diminuição de 3,0% frente ao resultado de 2017, ano em que as condições climáticas foram favoráveis ao desenvolvimento das lavouras. Em Mato Grosso, maior produtor nacional, com 68,1% do total a ser produzido, a estimativa de produção é de 2,9 milhões de toneladas, 14,3% a mais que o obtido em 2017. A área plantada cresceu 17,3% e a expectativa para o rendimento médio é de uma redução de 2,5%. No estado, os produtores estão ampliando a área do algodão segunda safra, após a colheita da soja, mas chuvas intermitentes estão prejudicando essa colheita e atrasando o plantio desse algodão 2ª safra. ARROZ (em casca) – A primeira estimativa de campo para a safra 2018 informou uma área plantada próxima a 2,0 milhões de hectares, 3,6% menor que a do ano anterior. A produção estimada, de 11,7 milhões de toneladas, e o rendimento médio estimado, de 5.990 kg/ha, foram menores (respectivamente, em 5,7% e 2,5%) comparados à safra do ano anterior. O Rio Grande do Sul, maior produtor do país e responsável por 70,8% do total a ser colhido em 2018, estimou uma produção de 8,3 milhões de toneladas, numa área a ser plantada de 1,1 milhão de hectares e rendimento médio esperado de 7.722 kg/ha (menores, respectivamente, em 2,2%, 4,7% e 2,5%, quando comparadas à safra do ano anterior). O preço médio da saca de 50 kg de arroz em casca está sendo negociado em torno de R$ 37,00, abaixo do valor negociado nesta mesma época em 2017. BATATA-INGLESA – A estimativa de produção deve ser 10,1% menor em relação a 2017, podendo alcançar 3,9 milhões de toneladas. A área plantada e a área a ser colhida apresentaram retração de 7,6%, e o rendimento, de 29.684 kg/ha, foi estimado com redução de 2,7%. A safra do produto em 2017 recebeu forte estímulo dos preços, que se encontravam elevados, bem como das condições climáticas que foram bastante favoráveis, ofertando maiores quantidades de chuvas nos principais estados produtores. Para 2018, a conjuntura de preços não se apresenta tão favorável, também sendo o clima ainda uma incógnita, apesar de que, para a safra verão ou “das águas”, as chuvas têm estado presente, notadamente nas Regiões Sul e Sudeste, que deve contribuir com 96,1% da produção nacional nesta época. A primeira safra da batata-inglesa deve responder por 45,6% da produção da cultura. Minas Gerais com 32,3% do total, Paraná com 22,6%, São Paulo com 20,5%, Rio Grande do Sul com 9,6%, Goiás com 5,9% e Santa Catarina com 4,2% são as principais Unidades da Federação produtoras de batata-inglesa. Esses estados devem responder conjuntamente por 95,1% da produção do país em 2018. BANANA – Com uma produção estimada em 6,9 milhões de toneladas, redução de 3,7% em relação a 2017, a fruta é cultivada em todas as Unidades da Federação. São Paulo, com participação de 16,8% na produção nacional, Bahia (14,2%), Minas Gerais (11,8%) e Santa Catarina (10,4%) são os maiores produtores. Em São Paulo e no Paraná, os rendimentos médios (de 21 571 kg/ha e de 24 402 kg/ha, respectivamente) são os maiores do país. CACAU (em amêndoa) – A estimativa de produção alcançou 272,7 mil toneladas, crescimento de 27,2% em relação a 2017. Os dados refletem à recuperação da produção da Bahia que, em 2017, em função das condições climáticas desfavoráveis, produziu apenas 83,9 mil toneladas de cacau, sendo ultrapassada pela primeira vez pelo Pará, que produziu 115,2 mil toneladas. Para 2018, são estimadas 143,1 mil toneladas para a Bahia, incremento de 70,6%. A produção cacaueira no Brasil depende da performance das lavouras nesses dois estados, que devem responder conjuntamente por 94,7% da produção do país em 2018. CAFÉ (em grão) – A estimativa para 2018 alcançou 3,2 milhões de toneladas, ou 53,2 milhões de sacas de 60 kg, alta de 14,9% em relação a 2017. Apesar da redução de 11,2% na área plantada e de 1,5% na área a ser colhida, o rendimento médio deve crescer 16,8%. Para o café arábica, a estimativa de produção alcançou 2,5 milhões de toneladas, ou 41,4 milhões de sacas de 60 kg, um crescimento de 18,5%. A área plantada apresenta retração de 10,1%; a área a ser colhida, decréscimo de 2,3%, e o rendimento médio, aumento de 21,2% em razão da bienalidade positiva da safra no presente ano. Em Minas Gerais, maior produtor brasileiro do arábica, a produção foi estimada em 1,8 milhão de toneladas, crescimento de 18,0% em relação a 2017, com o rendimento médio avançando de 1.502 kg/ha para 1.896 kg/ha, aumento de 26,2%. Para o café canephora ou conillon, a produção estimada alcançou 708 mil toneladas, aumento de 3,9% em relação ao ano anterior. Apesar de redução de 15,0% na área plantada, a área a ser colhida e o rendimento médio apresentam crescimento de 1,1% e 2,7%, respectivamente. A produção deve crescer expressivamente no Espírito Santo, maior produtor brasileiro, provavelmente contribuindo com 71,5% do total nacional, em virtude da recuperação das lavouras. O estado estimou uma produção de 506,2 mil toneladas de café conillon, ou 8,4 milhões de sacas de 60 kg, aumento de 33,5%, devendo o rendimento médio alcançar 1.918 kg/ha, crescimento de 29,9%. CASTANHA-DE-CAJU – A estimativa da produção foi de 210,8 mil toneladas, aumento de 56,7%, em relação ao 2017, norteado pela recuperação da produção do Ceará, que estimou uma produção de 129,7 mil toneladas (aumento de 54,4%). O rendimento médio estimado, de 373 kg/ha, decorre das expectativas positivas com o clima neste ano, visto que, em 2017, os municípios cearenses produtores enfrentaram sérias restrições de chuvas. O estado é o maior produtor, devendo participar com 61,5% do total nacional. FEIJÃO (em grão) – Com uma produção estimada em 3,4 milhões de toneladas, o feijão apresenta crescimento de 3,2% em relação a 2017. A primeira safra do produto foi estimada em 1,6 milhão de toneladas, participando com 46,4% da produção total de feijão em grão. Essa estimativa de produção é 0,8% maior que a produção de 2017. Quanto ao feijão 2ª safra, a estimativa de produção foi de 1,3 milhão de toneladas, indicando aumento de 10,2% em relação a 2017 e representando 38,5% do total a ser produzido pelo país. Para o rendimento médio está estimado um aumento de 10,1% e para a área plantada uma queda de 4,8%. Para a terceira safra de feijão, a expectativa é de redução de 5,5% na produção em relação à 2017, sendo estimada em 513,9 mil toneladas. A estimativa da área plantada deve diminuir 5,2% e, a do rendimento médio, 0,4%, em relação ao mesmo período de plantio em 2017. Essa terceira safra representa 15,1% de todo o feijão produzido no País. MILHO (em grão) – A produção está estimada em 85,8 milhões de toneladas, 13,8% menor que a do ano passado. A queda das cotações do grão serviu como desestimulo ao plantio e à compra de insumos, o que pode comprometer a produtividade em diversas regiões. Estima-se que a área plantada e a ser colhida no país seja próxima a 16,6 milhões de hectares, redução de 7,9% e 7,1%, respectivamente, quando comparada com 2017. A primeira safra deve contribuir com 26,5 milhões de toneladas, 30,9% do total a ser produzido ao longo do ano. A área plantada e a área a ser colhida foram estimadas em 5,3 milhões de hectares, nessa mesma ordem, apresentando reduções de 6,8% e 5,2%. A produção de milho de segunda safra foi estimada em 59,3 milhões de toneladas, 13,4% abaixo do obtido no ano anterior. As estimativas apontam uma área plantada de 11,3 milhões de hectares e um rendimento médio 5.246 kg/ha, respectivamente, reduções de 8,4% e 6,0%. O atraso das chuvas no segundo semestre de 2017 ocasionou a prorrogação do plantio da soja e reduziu o período para a produção do milho segunda safra. SOJA (em grão) – A primeira estimativa de produção para 2018 totalizou 112,4 milhões de toneladas, redução de 2,2% em relação à safra de 2017. Apesar da expectativa de uma boa safra em 2018, o resultado deve ficar abaixo dos volumes alcançados em 2017, quando o clima extremamente favorável e os elevados investimentos nas lavouras proporcionaram safra recorde ao País. Estima-se que a área plantada com a leguminosa deva alcançar 34,6 milhões de hectares, aumento de 1,8% em relação a 2017. Com a cotação do milho em baixa durante o ano de 2017, a produção de soja voltou a ser mais atrativa aos produtores na primeira safra, com retomada de parte da área destinada ao milho 1ª safra em 2017. A cultura deve representar uma participação de aproximadamente 49,7% na produção nacional de cereais, leguminosas e oleaginosas em 2018. Já a estimativa de rendimento médio apresentou redução de 4,1%, podendo alcançar 3.253 kg/ha. Apesar do atraso no plantio, em consequência das chuvas tardias, as constantes chuvas ocorridas nos meses de dezembro e janeiro nos principais estados produtores têm favorecido o desenvolvimento da cultura. No momento, as atenções se voltam para o período de colheita, quando podem ocorrer perdas em decorrência do excesso de precipitação nestas mesmas regiões. O Mato Grosso novamente deve liderar a produção nacional, com participação de 27,3%, totalizando 30,7 milhões de toneladas. Houve um incremento de 1,1% na área plantada, totalizando 9,4 milhões de hectares, enquanto que o volume a ser colhido, em 2018, apresentou aumento de 0,8% em relação ao ano anterior. TOMATE – Produto de elevada variação de preços, em termos de sazonalidade, a estimativa da produção de tomate foi de 4,5 milhões de toneladas, aumento de 3,1% em relação a 2017. A área plantada, de 64,6 mil hectares, apresenta retração de 0,2%, enquanto o rendimento médio apresenta crescimento de 3,2%. São Paulo, com 20,8% de participação na produção do país e Goiás, com 32,0%, são os maiores produtores do fruto. TRIGO (em grão) - A primeira estimativa da produção nacional de trigo para 2018 foi de 6,1 milhões de toneladas, numa área a ser plantada de 2,3 milhões de hectares e um rendimento médio de 2.668 kg/ha, maiores, respectivamente, em 20,0%, 44,5% e 20,3%, quando comparados aos dados da safra anterior. A Região Sul deve responder por 89,9% da produção. O Paraná, responsável por 63,2% da produção nacional, estimou uma produção de 3,9 milhões de toneladas numa área a ser plantada de 1,4 milhão de hectares, aguardando um rendimento médio de 2.852 kg/ha, maiores respectivamente em 74,9%, 41,2% e 23,9%, quando comparados aos dados da safra anterior. No Rio Grande do Sul, a atual estimativa para a área plantada é de 691,6 mil hectares e para a produção é de 1,5 milhão de toneladas. A estimativa para o rendimento médio, de 2.177 kg/ha, encontra-se 22,7% maior. UVA – A produção brasileira deve alcançar 1,4 milhão de toneladas, retração de 16,1% em relação a 2017. Tanto a área plantada como o rendimento médio apresentaram redução de 3,1% e 13,8%, respectivamente. No Rio Grande do Sul, maior produtor e responsável por 59,2% do total a ser colhido pelo país, a estimativa da produção foi de 834,2 mil toneladas, retração de 12,8% em relação a 2017, ano em que a produção gaúcha recuperou-se de um 2016 com clima adverso e queda da produção. Na Bahia, outro estado importante na produção de uvas, a estimativa alcançou 57,2 mil toneladas, aumento de 12,0%. Produção e Variação anual por Produto Produto Produção 2017 (t) Produção 2018 (t) Variação (%) Algodão Herbáceo 3.838.785 4.332.207 12,9 Amendoim (1ª safra) 531.280 506.990 -4,6 Amendoim (2ª safra) 9.898 12.275 24,0 Arroz 12.452.662 11.743.923 -5,7 Aveia 609.130 702.992 15,4 Batata-inglesa (1ª safra) 1.968.761 1.756.249 -10,8 Batata-inglesa (2ª safra) 1.233.004 1.186.007 -3,8 Batata-inglesa (3ª safra) 1.078.032 907.345 -15,8 Cacau 214.348 272.667 27,2 Café Arábica 2.095.275 2.482.952 18,5 Café Canephora 681.346 707.979 3,9 Cana-de-Açúcar 687.809.933 671.124.842 -2,4 Cevada 286.405 372.164 29,9 Feijão (1ª safra) 1.561.956 1.575.220 0,8 Feijão (2ª safra) 1.185.542 1.306.437 10,2 Feijão (3ª safra) 543.814 513.901 -5,5 Laranja 18.666.928 18.510.052 -0,8 Mamona 11.834 83.041 601,7 Mandioca 20.606.037 20.936.782 1,6 Milho (1ª safra) 31.064.540 26.487.871 -14,7 Milho (2ª safra) 68.481.488 59.284.688 -13,4 Soja 114.982.993 112.433.054 -2,2 Sorgo 2.147.706 2.186.167 1,8 Trigo 4.241.602 6.127.363 44,5 Triticale 41.940 58.166 38,7 O Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) é uma pesquisa mensal de previsão e acompanhamento das safras dos principais produtos agrícolas, cujas informações são obtidas por intermédio das Comissões Municipais (COMEA) e/ou Regionais (COREA); consolidadas em nível estadual pelos Grupos de Coordenação de Estatísticas Agropecuárias (GCEA) e posteriormente, avaliadas, em nível nacional, pela Comissão Especial de Planejamento Controle e Avaliação das Estatísticas Agropecuárias (CEPAGRO) constituída por representantes do IBGE e do Ministério da Agricultura, Pecuária e do Abastecimento (MAPA). Em atenção a demandas dos usuários de informação de safra, os levantamentos para cereais (arroz, milho, aveia, centeio, cevada, sorgo, trigo e triticale), leguminosas (amendoim e feijão) e oleaginosas (caroço de algodão, mamona, soja e girassol) foram realizados em estreita colaboração com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), órgão do Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), continuando um processo de harmonização das estimativas oficiais de safra, iniciado em março de 2007, para as principais lavouras brasileiras. Notícias Relacionadas Estimativa da safra cai em relação a 2017, mas é segunda maior da história 08/02/2018 Documentos Relatório LSPA Jan/2018 08/02/2018 Série Histórica LSPA Jan/2018 08/02/2018 Apresentação LSPA/Janeiro2018 08/02/2018 Fonte: Logo do IBGE