Agosto registrou o maior número de focos de calor dos últimos dez anos. Segundo o Ministério do Meio Ambiente, 259.942 focos foram detectados, 571% a mais que o mesmo período do ano passado. Antes, o mês de agosto com o maior número de casos registrados era o de 2005. As informações foram repassadas pela ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, em entrevista coletiva nesta terça-feira, 31 de agosto.

 

Destes focos, 13% aconteceram em terras indígenas, 8% em assentamentos, 12% em áreas de proteção ambiental. Os 10 primeiros Estados com mais focos respondem por 90% do total. Os primeiros foram Mato Grosso (27%), Pará (26%), Tocantins (13%), Maranhão e Rondônia (6%), Goiás e Piauí (5%), Minas Gerais, São Paulo e Bahia (4%).

 

A maioria dos focos de calor está concentrada no bioma Cerrado. Mais de 67% do total de focos localizados estão em áreas privadas e acontecem porque fazendeiros e índios usam o fogo como manejo e perdem o controle das queimadas provocadas. Os incêndios são causados, principalmente, por causas econômicas e sociais. O clima seco, apesar de favorecer a propagação dos focos, não é o responsável por eles.

 

O MMA apresentou imagens de satélite que mostram o Parque Nacional das Emas, em Goiás, sendo consumido pelo fogo, iniciado em sua região de entorno. Os 10 quilômetros ao redor do parque são ocupados pelo plantio da soja, de onde teria partido a frente de fogo. Há fortes suspeitas de que o incêndio tenha sido criminoso.

 

Apesar das estatísticas preocupantes, a ministra ressaltou que os satélites podem registrar o mesmo foco duas vezes e, em alguns casos, detectar rochas superaquecidas ou telhados de amianto.