Bancários continuam em greve
A greve dos bancários, que completa hoje seis dias, continua em Sergipe com força total. Foi o que informou o presidente do Sindicato dos Bancários, José Sousa. Na manhã de ontem, representantes do sindicato e grevistas fizeram protestos nas portas das agências bancárias da capital, ao som de tambores e cornetas. Pela tarde, eles se reuniram em assembleia geral para avaliar o movimento e definir as ações para os próximos dias.
Segundo a secretária de Comunicação e Imprensa do sindicato, Ivânia Pereira, a greve continua porque a categoria em todo o país, através dos seus sindicatos, vêm insistindo na negociação entre o Comando Nacional dos Bancários e a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) desde o mês de agosto, mas até o momento os banqueiros apresentaram propostas. “Aconteceram quatro rodadas de negociações, mas em nenhuma houve propostas que atendessem a pauta de reivindicações da categoria”, disse.
Ela informou ainda que após a quarta rodada de negociação os sindicatos comunicaram aos banqueiros que o comando de greve aguardaria uma manifestação da Fenaban até a última segunda-feira, o que não aconteceu. “Dessa forma, reafirmamos que os bancários sempre apostaram na negociação coletiva como forma de solucionar conflitos, mas, impelidos à greve pela intransigência dos bancos, lançamos mãos do movimento como instrumento legítimo de reação da classe trabalhadora pela garantia de melhorias nas condições de salário e trabalho”, declarou.
De acordo com Ivânia, a pauta de reivindicações dos bancários foi entregue à Fenaban no dia 11 de agosto. Em cinco rodadas de negociações (entre 24 de agosto e 22 de setembro), os bancos rejeitaram todas as reivindicações da categoria sobre remuneração, emprego, saúde, condições de trabalho e segurança. Na penúltima rodada, realizada no dia 14 de agosto, os bancos assumiram o compromisso de apresentar uma “proposta global” na reunião seguinte, que seria no dia 22 de agosto. “Mas não cumpriram. Mesmo depois que outras categorias, com a mesma data-base dos bancários (1º de setembro) já estavam fazendo acordos com aumentos reais de salário, a exemplo dos metalúrgicos e petroleiros”, destacou.
A proposta apresentada pelos banqueiros no dia 22 de agosto foi 4,29% de reajuste (inflação do período) e zero de aumento real, quando os bancários estão reivindicando 11%. “Os bancos desconsideraram nossa reivindicação e rejeitaram as demandas por melhoria na Participação nos Lucros e Resultados (PLR), valorização do piso salarial, adoção de medidas de proteção da saúde focadas no combate ao assédio moral e às metas abusivas”, disse ela, ao ressaltar que entre as reivindicações da categoria, que foram negadas pelos bancários, também estão mais segurança para trabalhadores e clientes nas agências, garantia de emprego, mais contratações e igualdade de oportunidades “para acabar com as discriminações contra mulheres, negros e pessoas com deficiência”, completou.
Fonte: Jornal da Cidade.net