BC admite piora no cenário de inflação

Compartilhar:

Em ata, autoridade monetária diz que há riscos à concretização do cenário onde a inflação caminhe para o centro da meta de 4,5%

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) admitiu, na ata da reunião de dezembro, que houve piora no cenário de inflação. No parágrafo 25 do documento, divulgado nesta quinta-feira, os diretores afirmam que desde a penúltima reunião, a inflação foi forte e negativamente influenciada pela dinâmica dos preços de alimentos. A reunião anterior havia ocorrido nos dias 19 e 20 de outubro. Para o Copom, parte do aumento observado nos alimentos repercutiu choques de oferta domésticos e externos.

O texto mantém a avaliação de que os aumentos mais fortes observados nas últimas semanas tendem a ser transmitidos ao cenário prospectivo, entre outros mecanismos, via inércia, como, de resto, apontam as projeções de inflação com as quais o Banco Central trabalha. Nesse trecho, o BC repete a avaliação de que continua a persistência do descompasso entre as taxas de crescimento da oferta e da demanda.

 

Diante do quadro mais pessimista para a inflação, o BC admite que identifica riscos à concretização de um cenário em que a inflação convirja tempestivamente para o valor central da meta.

Cenários

Os cenários usados pelo BC para projetar a inflação nos próximos meses passa a levar em conta certa acomodação do mercado de crédito. De acordo com a ata da reunião de dezembro, o cenário base também incorpora moderação no ritmo de expansão do crédito. Desde a última reunião, houve substancial aumento na probabilidade de concretização dessa hipótese de trabalho, haja vista a introdução de iniciativas macroprudenciais, cita o parágrafo 26 da ata.

Nesse trecho do documento, os diretores do BC observam, porém, que os aumentos de juro adotados em meados deste ano, até julho, ainda não foram integralmente transmitidos à dinâmica dos preços. Ou seja, a economia ainda sente o aumento de juro adotado há um semestre. Atualmente, a Selic (a taxa básica de juros da economia) está em 10,75% ao ano.

Fonte: Agência Estado