A visita do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, ao Brasil, entre os dias 19 e 21, contará com um megaesquema de segurança, especialmente montado em cooperação entre as autoridades brasileiras e norte-americanas. Além do Serviço Secreto dos EUA, responsável pela escolta de seu presidente, o aparato contará com um pool de policiais federais, militares, civis e militares das Forças Armadas, no que é chamado de “segurança combinada” no jargão militar. A coordenação nacional ficará a cargo de um oficial superior do Exército.
A “segurança aproximada” do presidente dos Estados Unidos é feita unicamente por agentes do Serviço Secreto americano. São eles que ficarão próximos a Obama em todos os momentos, em seus deslocamentos e em qualquer ambiente público, durante o tempo no Brasil. Sempre sem armas aparentes, também ocuparão os corredores do hotel e estarão em frente à porta da suíte presidencial, por exemplo.
O esquema completo, porém, ainda sendo montado em conjunto com as autoridades brasileiras, e contará com policiais federais brasileiros e apoio das polícias Militar e Civil, das Forças Armadas e da Guarda Municipal, no Rio.
Bope e Antibomba
A equipe de segurança de dignitários Delegacia de Defesa Institucional (Delinst) da Polícia Federal brasileira deve ocupar a portaria e entradas do hotel, e fará um segundo anel de segurança de Obama e de sua família. No Rio, policiais militares de unidades de elite, como o Bope e o Grupamento Tático de Motociclistas (GTM) vão integrar a segurança de área. Caberá à PM fechar avenidas por onde passará o comboio de carros de Obama, de sua segurança e da comitiva, abrir caminho com batedores em motocicletas e fazer o patrulhamento ostensivo das ruas – menos cheias, por se tratar de fim de semana. Especialistas em explosivos da Divisão Antibomba da Polícia Civil também estão designados. Outros policiais civis e a Guarda Municipal completam o esquema, em tarefas secundárias.
As Forças Armadas devem colaborar com pessoal à paisana (segurança “velada”) e fardado, com o possível uso de blindados, reforçando o patrulhamento nos itinerários e ajudando no balizamento do trânsito. Atiradores de precisão (snipers, ou “caçadores”, no jargão militar), espalhados por lugares estratégicos, vão formar duplas e ocupar “pontos dominantes”. Eles estarão nesses lugares altos, com visão privilegiada, na Cidade de Deus, favela de UPP que visitará, e na Cinelândia, onde ocorrerá o discurso de Obama ao público brasileiro. É possível que Obama discurse atrás uma proteção blindada, como fez Bill Clinton em visita à Mangueira, em 1997.
Em Brasília, a Marinha fará a segurança do perímetro lacustre no Lago Paranoá, onde fica o hotel previsto para hospedar a comitiva na capital. Estuda-se ainda o uso de embarcações na patrulha da orla do Rio.
Carro superblindado
Com o intuito de despistar ameaças, são designados sempre três roteiros de deslocamento distintos. A mais alta autoridade dos EUA só anda em veículos próprios, daí a razão dos cinco helicópteros serem transportados de navio ao país. Também serão trazidas duas limousines presidenciais ultrablindadas, chamadas de USA One – a exemplo do avião presidencial Air Force One – ou pelo apelido de “A Besta”. São espécies de tanques sobre rodas.