A saída da senadora Marta Suplicy (PT-SP) da disputa pela prefeitura de São Paulo criou as condições para que o ministro da Educação, Fernando Haddad, seja o candidato petista sem a necessidade de disputar prévias. Sem contar com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em tratamento médico contra um câncer na laringe, o PT espera agora que o próprio Haddad entre em campo para convencer os outros três pré-candidatos a seguir o caminho de Marta e consolidar a posição.
Entenda o caso:
- Prévia iria estraçalhar a militância, diz Marta, ao anunciar desistência
- Marta Suplicy comunica ao comando petista que está fora da disputa em SP
PT agora espera que ministro da Educação entre em campo para unificar partido em torno de sua candidatura
“As condições estão dadas. Para que não haja prévia é preciso que o Haddad converse com os outros pré-candidatos. O problema é que ele é meio lerdo”, disse um dirigente petista.
Segundo este dirigente, os deputados Jilmar Tatto e Carlos Zaratini e o senador Eduardo Suplicy só esperam um aceno do ministro para desistirem das pré-candidaturas. O partido espera que Haddad aproveite as últimas três caravanas zonais, neste final de semana, para conversar com cada um deles e resolver a situação. Mas até agora Haddad não tomou a iniciativa de fazer os convites.
Em conversas reservadas, dirigentes petistas dão como certo que Tatto, Zaratini e Suplicy acabarão abandonando a disputa.
“Se houvesse a menor chance de uma disputa equilibrada até poderia haver disputa. Agora, com a Marta fora, ninguém vai ser louco de entrar nessa só para perder”, disse um cardeal petista.
O partido já elaborou um plano de negociações com cada um deles. Na avaliação do partido, Zaratini só precisa de uma boa conversa direta com o ministro e da promessa de ser integrado, junto com seu grupo de apoiadores, ao comando da campanha de Haddad para que retire a pré-candidatura.
Jilmar Tatto não esconde de ninguém o sonho de ser o líder da bancada do PT na Câmara e conta com o apoio do presidente da Casa, Marco Maia (PT-RS), mas esbarra em críticas devido ao seu comportamento errático, muitas vezes contrário à vontade da cúpula partidária. Uma retirada seria interpretada como gesto de maturidade política, o credenciando para a sucessão de Paulo Teixeira (PT-SP). Para isso, também depende de um gesto de Haddad.
A maior incógnita é Suplicy. A cúpula partidária aposta que o senador não conseguirá obter as 3.181 assinaturas necessárias para protocolar sua inscrição na prévia e chegou a montar uma operação de boicote a Suplicy junto aos dirigentes zonais.
O senador não desistiu e montou um serviço telefônico para receber adesões. Caso ele consiga as assinaturas, será chamado para uma conversão com Haddad cujo objetivo seria a implantação do programa de renda básica de cidadania na Capital paulista.
A direção petista gostaria de anunciar um acordo para sepultar as prévias neste domingo, em Guaianazes, durante a última das caravanas zonais entre os pré-candidatos, mas a demora do ministro em procurar os adversários deve adiar a decisão para depois do feriado do dia 15 de novembro.
Fonte: IG