Resultados abaixo do esperado, sobretudo de Vale e Petrobras, afetam o cálculo consolidado pela equipe do BTG Pactual. Setor financeiro e agronegócio se destacam no trimestre.
Os lucros divulgados pelas empresas brasileiras no terceiro trimestre ficaram abaixo do esperado, segundo levantamento realizado pelo departamento de pesquisa do BTG Pactual.
Nos resultados consolidados de 124 empresas sob a cobertura do banco, 33% vieram abaixo do projetado.
Dentre as companhias, Vale e Petrobras são as principais a postarem lucro menor do que o esperado.
Com o impacto da desvalorização do real frente ao dólar, a Vale registrou Lucro Líquido de R$ 7,89 bilhões no terceiro trimestre do ano, uma queda de 25,2% sobre igual período em 2010.
Já a petrolífera reportou um Lucro Líquido de R$ 6,336 bilhões no terceiro trimestre, resultado 26% menor em relação ao ano passado.
Excluindo as duas companhias - cujos lucros têm peso desproporcional -, a soma dos resultados foi levemente positiva.
No terceiro trimestre, a receita das empresas brasileiras ficou 1,5% acima do projetado pelo banco, e a geração de caixa operacional, medida pelo Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização), foi 0,8% superior ao estimado.
De acordo com o banco, as empresas do agronegócio, lideradas pela Cosan, e os bancos foram as que mais surpreenderam.
Risco de revisão
Como muitas companhias decepcionaram, o banco vê Risco de que os resultados provoquem revisões nas estimativas para 2012.
Empresas de siderurgia e algumas de Varejo viram um trimestre fraco, e além disso é bem provável que nossas estimativas para a Vale em 2012 sejam revisadas para baixo, com preços de minério de ferro menores do que o previsto, diz o relatório elaborado pelos analistas Carlos Sequeira, Bernardo Miranda e Antonio Junqueira.
Incluindo os resultados de Vale e Petrobras, o banco prevê um aumento de 12% nos lucros das empresas brasileiras em 2012.
As companhias relacionadas a commodities, no entanto, devem crescer abaixo da média. O banco estima um aumento de apenas 6% nos lucros dessas empresas.
Fonte: Brasil Econômico