Economia informal somou R$ 653 bilhões em 2011

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De acordo com pesquisa da FGV, número representa 17,2% do PIB brasileiro
 
 
 
 
 
 
A economia subterrânea, a produção de bens e serviços que não é reportada para o governo, somou R$ 653,4 bilhões em 2011. O número representa 17,2% do Produto Interno Bruto (PIB). Em 2010, a economia subterrânea somou R$ 651,7 bilhões, representando 17,7% do PIB brasileiro. O Índice de Economia Subterrânea calculado em parceria entre o Instituto de Ética Concorrencial (Etco) e o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV), foi divulgado nesta quarta-feira. A economia subterrânea vem crescendo menos que a economia formal no Brasil.

Em 2009, a produção de bens e serviços não reportada ao governo representava 18,5% do PIB e em 2008 somava o equivalente a 18,7% do PIB. Em 2003, a economia subterrânea representava 21% do PIB brasileiro. Para o presidente do Etco, Roberto Abdenur, a variação mostra que há uma tendência salutar de redução gradual da economia subterrânea no Brasil. O crescimento mais consistente da economia brasileira, que fortalece a formalização, e a expansão de crédito foram fatores que estimularam a expansão da economia formal no país.

O Simples - Sistema Integrado de Imposto e Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte - é, segundo Abdenur, um incentivo à formalização para os pequenos empresários. Como recado ao governo, Abdenur considera que seria útil o governo pensar em expandir um pouco esse limite de cerca de R$ 3 mil por mês de limite [para o simples] para ampliar a margem para aqueles que se interessam em entrar na economia formal.

Segundo ele, o custo muito alto para o pagamento de tributos no Brasil é um fator que incentiva o desenvolvimento da economia subterrânea. Em 2010, o Etco estimava que a economia subterrânea no Brasil somava o equivalente à economia da Argentina ou duas vezes a economia do Chile. Em países desenvolvidos, a taxa média de informalidade é de 10% do PIB.

O Brasil está ainda longe disso, ainda tem um longo caminho a percorrer, mas o caminho se encurtou e o Brasil está indo em boa direção, diz Abdenur. Os realizadores da pesquisa acreditam que essa tendência de queda deve ser reduzida a partir do próximo ano com o aprofundamento da crise mundial, que deve reduzir o nível de formalização da economia brasileira. Para o pesquisador do Ibre/FGV Fernando Barbosa Filho, a gente formalizou muito nos últimos anos.

A pesquisa da economia subterrânea baseou-se na Pesquisa Mensal de Emprego (PME) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para atualizar os dados do mercado de trabalho. A pesquisa foi realizada pela primeira vez em 2007, mas com dados retroativos até 2003.

Fonte: Valor Online