O deputado estadual e vice-líder da oposição, deputado estadual Augusto Bezerra, disse que o parecer emitido pelo relator do pedido de empréstimo do Proinveste, deputado estadual Paulinho da Varzinha, estava certo ao pedir detalhamento das obras. “Ele teve razão no parecer que emitiu. Os projetos têm valores que precisam ser esclarecidos. Os projetos que somam R$ 567 milhões são iguais e por isso precisam de explicações”.
Bezerra afirmou que se o dinheiro é para investimentos, o deputado (relator) tem o direito de pedir a lista de projetos que vão ser utilizados. “Não existe nada que amarre os 147 milhões de reais da rolagem da dívida. Dos 167 milhões de reais, existem 20 milhões de reais que estão soltos, ninguém sabe para o que é. Como aprovar recursos para rolagem sem nenhum esclarecimento? Só adianta se ‘amarrar’ no projeto de lei”, argumentou.
De acordo com o deputado, entre as 400 obras anunciadas, existe previsão de compra de equipamento para equipar hospital que não existe. “Se o projeto diz que há contrapartida para o PAC, como aprovar sem saber o valor da contrapartida? Quais são as obras? São 100 casas no Japaozinho? Casas em Maruim e Poço Redondo? O povo que saber onde serão aplicados os recursos. Como aprovar 147 milhões de reais para rolagem se não estão explicados na mensagem”, perguntou o parlamentar.
“Não tentem pressionar essa Casa, jogar os deputados contra a população que não vai adiantar. Todas as vezes que um programa de rádio trata do assunto, diminuem as chances de se aprovar esse projeto. Eles querem a pulso que se aprove o que não está escrito”, afirmou Bezerra, que exige o detalhamento das obras para avaliar melhor o pedido de empréstimo. “Se quer aprovar, detalhe as obras. Tive o cuidado de ler (parecer de Paulinho) durante o feriado de Finados e o parecer é perfeito. Não podia ser diferente. Os dois falam em investimentos, e quais os investimentos”, questionou.
Segundo o vice-líder da oposição, quando um parlamentar pede vistas, quer mais informações. Bezerra disse que o relator quer saber quais são os investimentos. “O intuito não é atrasar o projeto, é esclarecer, está mal redigido, está mal amarrado. Não podemos dar um cheque em branco de R$ 727 milhões para o governo. Do jeito que está aqui é um cheque em branco. Quando tinha minoria da oposição, aprovamos aqui mais de um bilhão de reais em empréstimo. Não vamos negar por má vontade. O Ceará só tomou 250 milhões de reais para rolar a divida, não existe essa história de dinheiro barato”.
O líder da oposição, deputado estadual Venâncio Fonseca, disse que a alguns setores da imprensa querem jogar a população contra os deputados. “Desde o primeiro momento tenho dito que temos que votar pela razão e não pela emoção. Sergipe paga hoje R$ 330 milhões de dívidas e juros, com esse empréstimo vai pagar mais de R$ 600 milhões, quase o valor do empréstimo, cerca de 10% da receita”, alertou. “Esse governo já teve aprovado aqui mais de um bilhão, é o governo que tomou mais dinheiro na história de Sergipe. Quando recebeu o governo, (Déda) devia cerca de 800 milhões de reais, e não pode acusar os parlamentares de má vontade”, disse.
Venâncio disse que o fato do governo ter aprovado outros empréstimos e não ter amarrado nada nos outros projetos, tende a cometer o mesmo erro agora. “O que acontece é que foram (prometidas) obras, e não vimos nada, nenhum resultado. Ao contrário, teve que pedir mais dinheiro. Esse dinheiro não é barato. Sai a mais de 7%, não tem anda de 1%”, explicou.
Para o deputado Raimundo Vieira, o Mundinho da Comase, o anel viário de Itabaianinha, prometido no Proinveste, tem mais de 18 anos de projetado. “Preparamos no governo de João Alves, passamos pelo governo de Albano Franco e nada. Para tirar os carros pesados da zona urbana, fizemos o projeto e nunca saiu do papel. Agora veio a tona na candidatura de Déda, mostramos a importância para ele e foi discurso de campanha e passaram quatro anos e nada e agora na reeleição voltou à tona. Sei da importância do projeto, mas sei da ganância em torno dos recursos do Proinveste. Todas as obras estão sem conclusão e essa verba ninguém sabe se esse dinheiro vai”.
Da Agência Alese